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Orixá, como se disse acima, é um ser que, passando exitosamente pela terra, foi divinizado, isto é, foi elevado à categoria de um deus. É algo totalmente abstrato, como o são todos os deuses. Ele, concretamente, só se manifesta no fenômeno da incorporação. Nesse momento, ele “monta” um “cavalo”. Cavalo, nesse caso, é o médium que tem o privilégio de ser possuído por uma entidade de tanta luz. Imagine-se o Deus em qualquer religião e faça-se um paralelo com o orixá no candomblé. Certo é que, como nas outras religiões, há um Deus superior, Olórum, que criou tudo quanto existe. Dentre as criações todas estão os orixás. A relação mais facilmente estabelecida e compreensível é a dos orixás com os santos da Igreja Católica.
Para o candomblé, cuja prática reverencia os orixás, essas divindades viveram noutra época e dominaram certas forças naturais e o conhecimento das propriedades das plantas, utilizando isso tudo para o bem: a saúde, a paz, a harmonia, a felicidade, o amor.
Utilizando-se do filho como veículo, o orixá consegue vir a terra e receber pedidos, ouvir queixas, dançar com o povo, receber cumprimentos, conversar com as pessoas e conceder graças. Eles são invocados, geralmente nas festas, ou quando necessário e pelo babalorixá, o pai-de-santo, de acordo com os problemas que são apresentados e o tipo de solução que eles requerem.
Assim, para a saúde, Ossanha e Xapanã; para o amor, Iansã e Oxum; para os negócios, Xangô; para abertura de caminhos, Ogum, e assim por diante.
Portanto, orixá é um antepassado que, por sua exemplar passagem pela terra, foi divinizado, isto é, elevado à condição de um deus, e que, com o domínio sobre as forças da natureza, é invocado para auxiliar na solução das dificuldades humanas.
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